Pense numa cidade com quase 1.200.000 habitantes, com uma taxa de urbanização de 98% e um dos maiores polos industriais da América Latina. Essa é Campinas, terceira maior cidade de SP.
Agora pense no morador neste cenário de metrópole. Difícil imaginar num sujeito de andar tranquilo, simpatia à flor da pele, chapéu de feltro e com um cavalo amarrado no fundo do quintal, não é? Pois existem estes que ainda preservam a identidade e a memória de uma cidade que se originou há mais de 300 anos.
O distrito de Joaquim Egídio, a poucos quilômetros do centro nervoso de Campinas, é o maior patrimônio imaterial e museu vivo da cultura campineira. E foi nele que o projeto Moradores – A Humanidade do Patrimônio Histórico aportou, convidado pelo Festival Hercule Florence e apoiado pela EPSON.
Pela primeira vez, em dois anos, uma etapa do projeto foi executada em formato de workshop, promovido pelo Instituto Hilda Hilst, que durou três dias e culminou com uma das montagens mais surpreendentes desde seu início.
Com baldes, muita cola e pincéis, nosso time (Carol Grohmann, Diogo Zacarias, Francisco Vargas, Orlando Vaz Carneiro e Terry Gonzales) espalhou 30 fotos dos moradores de Joaquim Egídio pelos muros e paredes, numa exposição em formato “lambe-lambe”.
A cada foto colada, sorrisos de satisfação dos moradores que passavam e o reconhecimento de que aquela ação marcaria para sempre o sentimento de orgulho de ser um campineiro cheio de belas histórias.
Campinas entra para a memória do projeto Moradores como a maior metrópole já invadida e ao mesmo tempo, a que possui a alma mais interiorana de todas.
TEXTO: Gustavo Nolasco
FOTOS: Marcus Desimoni, Diogo Zacarias e Leo Drumond
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E mais uma missão de espalhar respeito à memória das cidades brasileiras estava cumprida.