A poesia sem métrica do Projeto Moradores
Muita gente se surpreende com um espanto alegre quando escuta o nome do projeto: “Moradores – A Humanidade do Patrimônio”. Por outro lado, nós nunca tivemos a oportunidade de contar como essa alcunha surgiu.
Projeto moradores e prefeitura de bh abrem exposição “Moradores | Lagoinha”
O Projeto Moradores integra um conjunto maior de ações da Prefeitura de Belo Horizonte que, de maneira respeitosa e calcada nas tradições e vocações culturais do bairro, busca valorizar, recuperar, fortalecer e potencializar o patrimônio material e imaterial da Lagoinha.
Rua carioca vira “personagem” de filme produzido a partir da memória de seus moradores
A escolha da Rua Dois de Dezembro também foi uma homenagem ao Centro Cultural Oi Futuro, instalado nesse logradouro, no prédio histórico onde funcionava o Museu do Telefone.
Cadê o museu que estava aqui?
Seguimos indignados com o crime. O fogo destruiu, mas não deixaremos a história transformada em cinzas cair no esquecimento.
Projeto “moradores” recontam história da rua Dois de Dezembro na perspectiva de seus moradores
Um movimento de ocupação urbana pela valorização da identidade cultural e da memória dos moradores como sendo o maior patrimônio que uma cidade pode ter.
O vendedor de livros do andar térreo
A correria nos tira a capacidade de ouvir com sentimento, de perceber o quanto a Rua Dois de Dezembro fala cantado. As palavras ditas por inteiro, a sentença ritmada e terminada sempre numa nota seca. Musicada. Uma “melocidade” só permitida aos nortistas e nordestinos.
Sobre dedos, letras e ombros
Raul é bom mesmo em matemática. “Quanto é dois mais três?”. Aponta os dedinhos: dois de um lado com três do outro. Raspa a pontinha deles no queixo e vai mentalizando. Um arqueado de ombro e um sorriso de conquista no canto da boca precedem a resposta dada num “cinco” entremeado de orgulho.
Os claros montes
O Morro espalhou gente aos montes. De lá, negro, derramou catopês. Passando pelo mercado do Largo de Cima, amorenou sertanejos. Foi descendo até branquear coronéis. Na interesseira Minas, ficaram claros.
A banca do centro do planeta
Tudo chegava pelo Carlinhos. Do óbito ao gol. Domingueiros o tinham como ponto cardeal nos intervalos entre o pão, o “vão com Deus e que o Senhor vos acompanhe” da missa e o almoço de família.
O neto das gerais
Philipe é o moço do rolê. Carrega no sangue catrumano a resistência do sertão, um sorriso torto e farto e a mente ativa. A casca grossa e amorenada leva antenas imaginárias apontadas para os sinais de igualdade emitidos pelo planeta.
Os claros montes
O Morro espalhou gente aos montes. De lá, negro, derramou catopês. Passando pelo mercado do Largo de Cima, amorenou sertanejos. Foi descendo até branquear coronéis. Na interesseira Minas, ficaram claros.
A banca do centro do planeta
Tudo chegava pelo Carlinhos. Do óbito ao gol. Domingueiros o tinham como ponto cardeal nos intervalos entre o pão, o “vão com Deus e que o Senhor vos acompanhe” da missa e o almoço de família.