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Gepeto e pinóquio – a nova versão da história

3 de outubro de 2013
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“Era uma vez um carpinteiro, chamado Gepeto…”

 

Todo mundo conhece essa história, mas agora ela vai ser diferente. Era uma vez um cenógrafo chamado Gepeto. Com seu andar maroto, mesmo quando parecia estar triste, nunca se separava de um meio sorriso eterno. Feliz, escancarava os lábios. E de tão largo o sorriso, seus óculos ficavam tortos com a subida das bochechas.

Gepeto tinha um amigo e escudeiro de quem nunca se afastava.

Os traços finos e o tamanho de criança faziam Pinóquio parecer um boneco de mentira, mas na verdade, ele era um fazedor de bonecos de verdade. Um genial realizador de sonhos.

A parceria entre Gepeto e Pinóquio não poderia ser mais perfeita. E não tardou muito para caírem no mundo, prontos a construírem belezas e doidices. Suas criações colecionavam aplausos e lágrimas de emoção por onde eles passavam.

E para isso, Gepeto se movimentava como aqueles malabaristas incansáveis. Subia em escadas com se piscasse os olhos; encontrava soluções para passar um elefante pelo buraco de uma agulha como se somasse dois mais dois e quando ficava com o olhar perdido, o meio sorriso no rosto e o ombro engolindo pedaço do pescoço, meio torto, pimba! Em um milésimo de segundo, ele surgia com mais uma obra de arte armada e pronta para encantar a todos.

Pinóquio, mais quieto em seu mundo de fazedor de sonhos, também era fanático por longos e imperceptíveis momentos de silêncio. Baixinho e de cabelos longos, ficava jogando tranças imaginária

s por detrás das orelhas. Era como se ali houvesse uma manivela para o motor de sua criatividade.

Quando começava a falar sobre suas ideias, um desatento podia imaginar que ele estava perdendo o fôlego, se sufocando. Mas não. O fazedor de bonecos de verdade logo soltava uma sonora risada e continuava suas genialidades.

E assim foram seguindo Gepeto e Pinóquio. Construindo sonhos, inventando o inventável e levando alegria e verdade para o que parecia ser mentira.

Fico até imaginando se hoje eles imitassem aquela antiga historinha, que ouvíamos quando éramos pequenos, e entrassem na barriga de uma baleia.

Seria capaz de apostar que de lá nunca sairiam.

Gepeto e Pinóquio fariam tanta coisa bonita que a danada da baleia, para não perdê-los, nunca mais iria abrir a boca.

FIM

O texto é uma homenagem do Projeto Moradores – A Humanidade do Patrimônio Histórico aos profissionais Marcos Lustosa (o Marcolino) e Nado Rohrmann, que tanto abrilhantaram as nossas etapas de Ouro Preto, São João Del Rei e Diamantina.

Eles fazem parte desta família que vem lutando, com muita alegria e determinação, pela preservação da identidade cultural e da memória das cidades brasileiras.

Viva ao nosso Gepeto (Marcolino)!

Viva ao nosso Pinóquio (Nado)!

TEXTO: Gustavo Nolasco
Fotos: Marcus Desimoni e Bruno Magalhães

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